Quanto mais conhecemos o mundo, mais nos distanciamos das pessoas, mesmo que estas sejam as que sempre estiveram conosco durante a caminhada,não por ingratidão, indiferença, ou insensibilidade, mas pelos pequenos abismos que vão sendo construídos.
Eu sempre fui diferente, vivendo em meu próprio mundo, em uma mente que não consegue parar um só segundo, que vai a mil lugares ao mesmo tempo até se perder da realidade. E nesse meu mundo, o tempo passa rapidamente e me esqueço do mundo exterior. Eu me esqueço das convenções de cordialidade, familiares, e de amizade, eu me esqueço até de mim mesma; nesse esquecer, as pessoas vão se sentindo abandonadas, mas a verdade é que eu não vivo no mesmo mundo e ritmo que elas.
Nesse turbilhão de pensamentos e ideias preciso me libertar das amarras, preciso extravasar construindo algo, me expressando de alguma forma, formas que alguns chamam de arte, e eu preciso disso como preciso de comida. Preciso voar, entender os motivos, as razões, ou aceitar que nunca entenderei, ao menos nessa vida, e talvez acreditar que existam outras vidas para que não me desespere. Preciso ignorar a humanidade com suas seitas, loucuras, religiões, ganancia, egoísmo, destruição, e tentar viver em meu mundo, interior e exterior, sem que enlouqueça totalmente.
Muitos chamam me louca, por que danço na chuva, por que escrevo blog, por que faço videos, por que fiz teatro, por que invento musica, por que desenho, por que faço maquiagem de machucados, por que canto em coral, por que viajei sozinha para outro país; Querem calar a minha pequena voz e apagar a pequena luz que ainda teima e se esforça em brilhar, não percebem que essa pequena luz é tudo o que me resta.
Dizem que sou louca, mesmo cuidando de dois filhos sozinha, passando em primeiro lugar em concurso publico, me esforçando por terminar a graduação, cuidando da casa, de tudo, e vivendo praticamente enclausurada, devo mesmo ser louca. Louca por inventar esse desafio de experimentar uma coisa nova todos os dias e tentar dar um sentido a uma vida monótona. Louca por me esforçar muito, todos os dias, em superar todas as dores e decepções que vivi até hoje, brincando um pouco de faz de conta.
Dizem que sou indiferente. Talvez eu não procure as pessoas tanto quanto elas gostariam, talvez eu não vá até a casa delas, talvez eu não vá a festas e não faça festas, mas os meus verdadeiros amigos sabem que, mesmo passado anos, serei a mesma e estarei sempre aqui, quando precisarem, por que não precisamos de falsas formalidades.
Talvez eu sonhe demais e veja coisas que os outros não veem, talvez eu seja uma mulher alienígena. Mas essa sou eu, e espero que não me peçam para que eu assopre a vela de minha existência.
Lu. Lendo seu texto me veio a mente uma música que resume o que penso...
ResponderExcluir"Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz"...
Quero te julga ou não é feliz ou quer ser e fazer o que você tem coragem de fazer..
Então.....
" Deixem que diga digam que pensam que fale..."
Eu não me importo muito, às vezes é ruim, mas já estou acostumada. :D
Excluir