quarta-feira, 3 de junho de 2015

Relembrando a adolescência e namoro dos anos 80 e 90 - 03 de junho

Inesquecível casal dos anos 90, Cristiana Oliveira e Rafael Ilha

Na minha adolescência os cabelos eram muito mais rebeldes, os ombros muito mais largos, as cores mais gritantes e a aparência das pessoas era de desleixo. O jeans desbotado estava na moda, assim como a saia balonê, o camisão masculino para mulheres, o cabelo surfista e Chitãozinho e Xororó, assim também como as músicas pop de dor de cotovelo. As pessoas faziam bailes ou íamos a danceterias, onde todos dançavam os mesmo passinhos ensaiados. Eu e minhas amigas, particularmente, arrasávamos nos passinhos. Depois do agito, vinha a sessão de música lenta, o que a maior parte aguardava ansiosa. As luzes se escureciam e o clima mudava, os corpos suados se acalmavam e se aprontavam para uma nova batalha. Era ridículo, as mulheres se sentavam ou ficavam em algum canto abandonadas, esperando que alguém interessante as chamasse para dançar. Os rapazes, com medo da rejeição, espiavam e arriscavam aqui e ali. Alguns aceitavam o não pacificamente, mas outros não suportavam a rejeição e achincalhava a mulher. Às vezes, da dança, saía alguma coisa, um beijo, um refri, uma cerveja, um namoro, ou nada. A música lenta acabava e recomeçava o "rock", quem não tinha conseguido nada agora se esbaldava na pista, não tinha mais nada a perder.

Namoro era difícil, quase ninguém tinha telefone em casa, celular nem existia; por este motivo, se alguém quisesse reencontrar a sua paixonite, teria que frequentar o mesmo lugar com a esperança de que ela estivesse lá novamente.  Assim, iam se encontrando, sem querer querendo, até que o "ficar" se tornasse algo mais sério. O namoro era desse jeito, não tinha essa de estar se falando ou mandando mensagenzinha pelo WhatsApp a toda hora, os pombinhos só se viam no fim de semana e olhe lá. Até que este dia chegasse, saudade e mistério reinavam. Quando o namoro ficava mais sério e o rapaz ia até a casa da moça, era o grande sinal, passavam a se ver umas três vezes por semana. Um dia, a menina ficava grávida e eles se casavam. Ou não.

As coisas eram mais lentas e mais misteriosas. Melhor? Pior? Não sei... Assim como eu não sabia como me comportar naqueles tempos, continuo aprendendo a cada dia, aprendendo a lidar com as tecnologias e com o que elas mudaram nos relacionamentos e na maneira de nos relacionarmos.

Passinhos ensaiados exaustivamente

Como dançamos essa música, e rimos bastante também...

Essa arrebentava na sessão de música lenta

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