terça-feira, 21 de abril de 2015

Inventando uma história de pescador - 21 de abril


Hoje eu me levantei meio catimbada na gripe, resolvi contar uma história de pescador. Aconteceu comigo mesmo! Usarei o meu sotaque real de mineira:

Num domingo de sol rachano mamona no telhado, a minha mãe, meu padrasto e minha irmã  me chamaram pra ir num pesque-pague lá em Cachoeira, bem cedinho. Eu me lembrei que há alguns anos eu tinha ido nesse tal de pesque-pague e num tinha nada lá, nem pexe! Tinha só uma colina, um riozim fulêro e uma casinha lá longe, onde ês vendiam umas marmita com comida muito das ruim que jogamu pros cachorrim que tava morreno de fome lá. Falei isso cum ês, e ês resolvero ir pra otro lugar, só que num sabia onde. Eu disse: Vamo pescar no Tripuí? Lá tem o tal de perípatus, perpátus, peripatus, seja lá como se diz esse nome. Ês pensaro e falaro que lá num era lugar de pescá, podia até ter bicho pré-historico, mas num tinha pexe. Eu disse que já tinha ouvido falar que lá tinha uns pexe gigante, só pra inganá os bobo, e num é que ês acreditaro? Alugamo uma van e fomo pro Tripuí. Chegano lá, eu fiquei que nem doida caçando os tal de peri dos patos, e nada de achá aquela minhoquinha. Peguei uma vara de pescá pra passá o tempo e sinti uma fisgada logo em seguida! Puxei a  linha, mas o trem era pesado demais da conta! O pessoal veio me ajudar, e quase que o pexão jogô todo o mundo na água, mas fizemo força e conseguimo trazer o pexe pra terra. Cês num vão acreditá, mas o pexe tinha o tamanho de uma geladera!  Eu dei truco, seis, e a pescaria já acabô alí mesmo, nem quis sabê mais de peripatus. Quando chegamo em casa e o povo foi abri a barriga do pexe (Eu odeio limpá pexe, viu), cês num vão acreditá no que nós encontramo! Lá dentro tinha um crânio que foi raspado, escrevero na testa: "Traidor da coroa". Nós desconfiamo que fosse a cabeça perdida do Tiradentes e chamamo as autoridades, que confirmaram que era mesmo a cabeça do home, gente! Dinhero nós num ganhamo, não, mas  aparecemo na televisão e ficamo famoso na história de Minas! É a pura verdade!

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