sábado, 12 de setembro de 2015

Falando sobre as situações mais constrangedoras que já passei - 11 de setembro


Hoje é aniversário do meu caçula, data simbólica e inesquecível. Parabéns, meu querido!

Bem, resolvi falar sobre as duas situações mais constrangedoras das quais me lembro até hoje:

Sendo suspeita de traficar drogas

Quando eu fui para a Índia, fui parada no aeroporto de Johannesburgo, na África. Eu desci do avião, o camarada pegou o meu passaporte, ficou olhando, perguntou se eu estava sozinha e me chamou para ir até uma sala. Com o meu inglês mais macarrônico ainda que hoje, eu perguntei se havia alguma coisa errada e ele disse que era procedimento normal. Ele foi até a esteira comigo e me fez pegar a mala. Chegando na tal salinha, havia um outro antipático e os dois tiraram cada coisinha de todas as minhas bolsas, inclusive peças íntimas... Até aí eu acreditava que o procedimento fosse normal, foi quando o antipático começou a fazer perguntas sobre a viagem e disse:_ Do you have muchacho? Isso me fez ficar irritada, eu disse: _ Muchacho isn't Portuguese, it's Spanish.  Em seguida ele me perguntou se eu tinha alguma coisa no estômago como cocaine. A ficha caiu, eu nem me lembro do que respondi. Ele disse ainda que lá existiam aparelhos para fazer exames, nunca me senti tão humilhada! No fim, colocaram tudo na mala e a mandaram para Mumbai, só que ela foi no vôo anterior e foi aberta no aeroporto da Índia. Infelizmente, a mulher não é tão livre quanto imaginamos e desejamos, é sempre suspeita.

Chorando na frente do professor

Desde criança eu tinha dificuldade para chorar e demonstrar meus sentimentos, porque tinha medo que rissem de minhas fraquezas. Cresci e isso mudou, mas ainda odeio chorar na frente dos outros. Eu estou há séculos neste curso de Letras e isso já se tornou um trauma e um entrave em minha vida, uma barreira quase que intransponível. Além deste peso, eu estava num período super dark de minha vida, desesperada, depressiva e sem rumo. Eu não conseguia acordar cedo e ir para a aula, e quando acordava, não conseguia ir, resultado, faltas. Quase no fim do período, na contagem das faltas, eu percebi que eu já havia bombado na cadeira e isso foi a última gota. No fim da aula fui falar com o professor, mas quando eu vi, já estava chorando como criança, nunca senti tanta vergonha em minha vida! Quanto mais eu tentava não chorar, mais eu abria o berreiro. O problema nem era bombar, fracassar, o problema era tudo o que estava desabando em minha cabeça naquele momento. Fiquei com medo de que ele pensasse que fosse alguma estratégia. Eu me senti muito mal e ainda me sinto. Ele me consolou e me deu oportunidade de fazer algumas resenhas, tenho certeza de que ficaram um cocô, mas consegui o mínimo. Sou muito grata, mas  ainda sinto vergonha.

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